terça-feira, 2 de dezembro de 2008

TV Digital - Custo ou Benefício?


A transmissão da nossa Televisão mudou muito desde o início. Tanto mudou, que agora chegou a nova TV Digital. Tanta tecnologia que nem parece que é novidade.Já ouvi várias pessoas que não conhecem essa nova TV dizerem que é a mesma coisa que a Analógica; Eu particularmente digo que não é nem um pouco.A começar pela transmição, ela já é um pouco diferente:Há três meios da TV digital chegar a um aparelho de Televisão. Veja abaixo estes:

Terrestre:Nescessita-se de uma torre de radiofreqüencia para ser transmitida no ar.

Satélite:Antena do aparelho recebe o sinal de um receptor via satélite

Cabo:Recebe o sinal via um cabo (normalmente operadoras de televisão colocam estes cabos).

Outra coisa também mudou: A qualidade da imagem e do som:

Se você comparar uma TV Analógica com uma TV Digital, vai perceber na hora a diferença da imagem e de som. A imagem mudou muito. Muito mesmo. Não há fantasmas, e a resolução aumentou muito mais.Já no som, a qualidade se evoluiu para Estéreo. Parece um cinema!

É de graça essa TV?


Sim, é de graça! Aqui no Brasil esta TV é de graça. Basta apenas comprar um receptor digital e apontá-lo para o satélite Brasilsat B3.

Que emissora já está disponivel nessa TV?

As emissoras Rede TV!, TV Gazeta, SBT, PlayTV, MixTV, TV Cultura, TV Mundial, CineBrasil, SescTV, TV educativa, TVMIX Limeira, Record, BAND, Rede Familia, CNT, Shop Tour, TV Ra-Tim-Bum e entre outros canais aqui não citados estão sim disponiveis nesta super tecnologia.

Respondendo a pergunta do título do artigo: “Custo ou Benefício?”, digo que ela é mais um benefício do que um custo. Pois no lado de compras e gastos, é incluído apenas um receptor digital. E no lado do benefíco: imagem, som, tecnologia, sussego e muitos outros pós.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Movimento Hippie

Movimento de juventude que nasceu na Califórnia, na América do Norte em 1966. Hip significa zombar e melancolia. Pacifista, pregava a filosofia do amor (filosofo significa amigo do saber). Jovens estudantes reuniram-se para expor ao ridículo a guerra do Vietnã. Foi um ato de zombaria que revelou o desencantamento de uma juventude sem ideal.
O traje desse movimento era composto de calças de jeans, pantalonas com boca de sino, e no lugar de camisas e blusas, ambos os sexos usavam batas indianas, como apego a culturas distantes deste mundo massificado e corrompido pela guerra e pela sociedade de consumo. A estética hippie é também conhecida como a estética da flor e do amor.



A característica básica dessa moda foi o uso da cor. Introduziu o estilo unissex e seu gosto pelo colorido estava associado à cultura psicodélica. As roupas eram, em geral estampadas e faziam alusão aos símbolos do movimento: paz e amor, além de flor e motivos orientais. Moços e moças usavam cabelos longos, repartidos ao meio com ar angelical. Os sapatos e bolsas tinham aspectos artesanais, próprios de culturas não industrializadas. Houve grande valorização de adornos de origem folclórica.




Sobre a revolução que estava começando pregavam que questionaria não só a sociedade capitalista como também a sociedade industrial. Para eles a sociedade de consumo deveria morrer de forma violenta. A sociedade da alienação deveria desaparecer da história.
Estavam inventando um mundo novo e original, e com a imaginação estavam tomando o poder. Estas eram as palavras do manifesto afixado à entrada da tradicional Universidade de Sourbonne, durante as manifestações estudantis que abalaram Paris e o mundo em maio de 68. Suas palavras poderiam figurar em qualquer texto de qualquer canto do planeta nos anos 60.
A guerra fria se acirrava por meio da obsessiva corrida armamentista e espacial. Tal fenômeno político foi marcado pela construção do muro de Berlim, em 1961, que dividiu o mundo no plano simbólico entre os azuis e os vermelhos. Neste contesto, ganhava o centro das atenções à revolução socialista em Cuba que trazia a ameaça vermelha para a América e fortalecia os soviéticos. A ofensiva do Tio Sam disseminou o vírus das ditaduras militares no continente e, nós brasileiros também sofremos dessa irradiação.




Outras manifestações do jogo da guerra fria foi a guerra do Vietnã, onde morreram milhares de jovens americanos, crianças, jovens e velhos vietnamitas, em nome da absurda causa alheia, some-se também a isso o assassinato de John e Bob Kennedy, e do líder negro pacifista Martin Luther King, o crescimento da sociedade industrial de consumo e o ascendente fenômeno da juventude como nova força, incluindo a política. Muitos Power surgiram como o Black Power, o Gay Power, o Wamens Lib.
Os anos 60 foram, sobretudo, de uma nova juventude, que também transviada, substituiu James Dean e Elvis Presley pela rebeldia política de Che Guevara e a moral sinalizada por Jimi Hendrix e toda uma constelação de pop-stars que morreu vítima da overdose de drogas.




Novos posters na parede, novas idéias na cabeça - estranho apresentar um líder da revolução cubana, morto em combate nas selvas bolivianas, ao lado do revolucionário guitarrista de Woodstock, morto em 1970, em Londres por uma intoxicação de barbitúricos.
Representaram as duas faces da mesma moeda da década, duas maneiras de viver, sonhar e morrer; ou se vivia, ou se sonhava, ou se morria com eles, ou tudo isso junto. O que importava era a revolução, desde que em benefício do homem, em nome da liberdade. Assim, se chamava para agir sobre o seu tempo, gente como o Zaratustra do rock, Jim Morrison e sua melancólica banda The Doors.
Dois ideais corriam paralelos, de um lado a revolução política, de outro, a cultural, propondo chacoalhar as bases da cultura oficial, propondo transformações comportamentais. Uns adaptados à disciplina militar partidária, outros, inadaptados a tudo que não fosse o próprio desejo. Os primeiros atuavam por meio de partidos e grupos políticos, os segundos, pelas formas alternativas dos grandes encontros comunitários, happenings e concertos de rock. O que para uns era o ponto de partida para outros era o ponto de chegada, fazer a revolução coletiva partindo da individual ou a individual pela coletiva.
Acreditava-se que apenas numa sociedade livre da exploração capitalista do homem pelo homem é que o indivíduo podia gozar de liberdade, de autonomia. Os que faziam o caminho inverso, da parte para o todo, afirmavam que apenas o homem consciente da sua individualidade poderia libertar a sociedade de toda a milenar carga opressiva. A equação pode assim ser resumida: é preciso ser livre, para libertar a sociedade, ou, só se é livre em uma sociedade livre.




Sobre esses jovens Eric Hobsbawm (1995) em A Era dos Extremos, fala que pregavam “que sem revolução não há tesão, e sem tesão não há revolução”. Isto levou a que, enquanto alguns jovens levantavam a bandeira socialista, outros erguiam o pensamento existencialista. Os mais afinados com os acordes de Hendrix defendiam que a maior contribuição se dava, sem dúvida, no plano comportamental que materializava uma nova cultura, a contracultura.
Para o time de Che, os anos 60 significaram a prisão, exílio ou a tortura. Habitavam apartamentos clandestinos ou viviam na selva em guerrilhas, num momento de tensão e participação. Para os de Hendrix, em comunidades espalhadas pelo mundo sem fronteiras, habitando barracas e colchonetes ao ar livre, num momento de alegria e descompromisso, assistindo a festivais de rock, curtindo o corpo nu, o poder das flores e a distância dos males da civilização. Jovens da baioneta e da guitarra. No slogan “sexo drogas rock’n roll” e política, no fundo buscavam apenas o direito de o homem ser livre e feliz longe das guerras através da oposição à cultura dominante que os convocava para morrer numa guerra sem pátria.
O movimento de contracultura foi à guerra dos ideais contra a guerra da idéia de dominação da cultura capitalista ocidental norte-americana contra a cultura comunista russa e asiática que tentava avançar pelo resto do planeta.A cultura oficial se assentava sobre os valores que exaltavam o trabalho, a especialização da mão-de-obra, o elogio à máquina, à razão, à objetividade, etc. A cultura underground, marginal se opunha a tudo isso, propondo um retorno hedonista à natureza, onde o novo homem deveria estar de acordo com seus instintos, diferentes dos que são artificialmente instituídos pela indústria cultural.
Para a contracultura, há coisas mais importantes do que ficar lustrando carros e contando notas verdes, acumulando eletrodomésticos; havia chegado a hora do poder da flor se opor ao das armas e das máquinas. A filosofia do flower and power era drop out, saltar o muro e cair fora do sistema desacreditado. Sexo, drogas e rock’roll: a imaginação, um poder novo, dentro de um submarino amarelo.

A Queda do Muro de Berlin

Depois da vitória das forças aliadas na segunda guerra mundial, a Alemanha foi divida pelos vencedores em duas partes. Uma ficou a cargo principalmente dos Estados Unidos, Inglaterra e França, a outra parte ficou controlada pela URSS.Ambas as partes apesar de serem do mesmo pais estavam controladas por diferentes forças politicas, a politica do capitalismo e a do comunismo.Uma economia baseada em valores capitais é uma economia livre, cada cidadão vive numa democracia e é livre de ter direito a votar, expressar-se e ter direito a propriedade privada. È a sociedade de empresas e lucros, onde a sociedade onde cada um pode enriquecer pelo trabalho.O comunismo é praticamente quase o oposto, não existe liberdade de expressão só existe a propriedade estadual e apesar de haver partidos comunistas regra geral não existe eleições populares. A ideia básica do comunismo é os trabalhadores serem a força de poder, e onde todos são iguais sem classes, nem ricos nem pobres. O comunismo como realça o livro, de facto era uma política que igualava todos por iguais, mas iguais na pobreza. E é claro os trabalhadores.E essa era a diferença entre os dois lados na Alemanha, o lado comunista controlado pela URSS estava completamente na miséria enquanto a outra parte estava num desenvolvimento económico bastante acentuado. Começou a existir imigração em larga escala para o lado capital, estas pessoas partiam em busca de melhores situações económicas.O lado comunista não podia permitir que isso acontecesse, não só pela partida de trabalhadores mas pelo princípio que começam a demonstrar as vantagens de um mundo capitalista.Para controlar uma sociedade só existe uma forma, isolar e controlar.Para analisar a questão do controlar é preciso entender o que é que se controla, e neste caso a resposta é simples: INFORMAÇÂO. A base da sociedade é a informação, é o que as pessoas têm conhecimento, o que sabem e o que lhes contam e o que elas dizem. Controlando isso, a sociedade está praticamente controlada. Para a pequena parte incontrolável existe os pelotões de fuzilamento.!!!Logo era necessária uma forma separar as duas partes e impedir o fluxo de informação que havia. Foi então levantado pelas tropas da URSS um muro que separava as duas partes da cidade, com o intuito de ser intransponível.Apesar do muro ser uma limitação física, a definição de muro de Berlim vai muito mais longe do que apenas o espaço que dividia.O mundo estava praticamente todo dividido em duas partes politicas, o capitalismo e o comunismo. A URSS ao criar este muro, criou em todo o mundo um muro de divisão. A guerra-fria atingiu assim o seu expoente máximo.Como viviam as pessoas na parte comunistaPodia-se analisar muitos factores de como vivia a sociedade no lado comunista, mas o que mais nos interessa é ao factor informação.Para as pessoas das gerações mais novas trata-se de um grande esforço imaginativo, vivemos na era Internet, ligação mundo. Mas na altura Internet era algo muito pouco de “embrionário”.Regra geral, a informação limitava-se a rádio, jornais e TV e era isto que o estado precisava de controlar. Não havia outras formas amplas de transmitir a informação.Como o estado controlava a informação que chegava a sociedade não havia o perigo de que ideias capitalistas chegassem as pessoas.Este facto é a conclusão mais importante sobre o muro, um muro físico que dividia pessoas pelas ideologias.Mas como todo tem um senão há sempre alguém insatisfeito com o estado das coisas, e quando pode dizer em voz alta fica-se por ai, mas quando não o deixam gritar em voz alta ele revolta-se e quer mudar.O poder de querer informação, vivendo em sociedade a maioria de nós absorve informação sem nos darmos conta disso, e respondemos querendo mais informação possível. Estamos tão habituados a isso que se trata de um reflexo involuntário do nosso subconsciente. Mas se não a tivermos vamos deseja-la e lutar por ela, revolução. E isso levou a queda do muro de Berlim e consequente fim da URSS e do poder do comunismoDepois da queda do muro muitos países aderiram a democracia e ao capitalismo. Deixou de haver o controlo de informação, e esta passou a ser livre. Foi então que uma nova realidade despontou no mundo, os PC, Windows e a Internet.Foi mais ou menos por esta altura que começaram a aparecer os primeiros computadores produzidos em série pela IBM e eram relativamente baratos, isto levou a uma grande difusão de PC por mais gente o que significa mais utilizadores. O Windows tornou a relação maquina \ utilizador muito mais simples o que a tornou acessível a qualquer pessoa.Se o aparecimento da IBM e Windows levou a uma difusão das tecnologias informáticas (aparecimento de um grande numero de meios tecnológicos). A Internet trouxe uma nova realidade, a troca de informação em quantidades enormes.O factor ligação de informação (Internet) ao não controlo desta (fim da censura e repressão do comunismo) levou a uma “explosão” de troca e procura de informação que nunca antes tinha acontecido em todo o mundo.Foi então que o mundo mudou radicalmente, apareceu uma nova ordem social, a sociedade de informação.Agora graças as tecnologias disponíveis é possível que eu com um simples computador possa trocar informação com qualquer pessoa no mais longínquo lugar do planeta. Até já é possível, apesar de com certas limitações, trocar informações lugares do nosso planeta com o espaço, como por exemplo os astronautas ou os satélites de investigação espacial.A queda do muro como foi referido não foi um acto exclusivo na Alemanha, mas o quê mudou no resto do mundo?Com a queda do muro e do comunismo existia uma grande liberdade de expressão em grande parte do mundo. Foi então que muitos países que se encontravam como que na sombra das grandes potencias apareceram, como o caso da Índia, Brasil, ect.Estes novos países aproveitaram a rede global que se estava a criar para se lançarem no mundo, equilibrando a informação que circulava no mundo. A informação é poder, muitas vezes não dá-mos conta disso, mas o controlo da informação é uma forma de controlar uma sociedade. Ao dar ao mundo uma forma de trocar informação de uma forma tão fácil e barata, estavam a dar um poder a todas as pessoas. O mundo está a ficar equilibrado em acesso a informação, como tal o mundo torna-se “plano”…



A Televisão a Cores


Foi em 1970, que se fez a primeira transmissão de TV em cores no Brasil (Copa do Mundo do México, com o Brasil Tricampeão), pela EMBRATEL, em caráter experimental e fechado, para um público seleto, iniciando uma nova divisão social entre os que podiam trocar seu velho aparelho pelo colorido e os que tiveram que manter a relíquia em preto-e-branco. Já ia então à larga o "milagre brasileiro’’, e os jogos da Copa do Mundo no México, primeiro programa a ser exibido em cores no Brasil, foram também o primeiro congraçamento patriótico da raça feito pela TV.
Em 19 de Fevereiro de 1972, foi realizada a primeira transmissão pública de TV em cores, com programação produzida no Brasil, a Festa da Uva, em Caxias do Sul - RS.
Prefeitos demagógicos mandaram instalar televisores nas praças públicas - e alguns deles chegaram mesmo a comprar TVs coloridas, o que levou às ruas todos aqueles que não possuíam uma, curiosos com a surpreendente imagem em cores. Mesmo com o novo aparelho, de vez em quando as transmissões "caíam’’, e os lugares passavam sem TV, ou sem alguns dos canais, por longos dias.
No início da década de 80, antenas começaram a se espalhar no teto das favelas. Os jornais e revistas reproduziam a imagem em fotos repetitivamente artísticas, diante das quais havia sempre alguém que entoava, moralista: "Veja só. Eles não têm o que comer, mas têm televisão’’.A TV já não era regalia social no Brasil. E os mais pobres passavam a ser espectadores daquelas imagens que durante as últimas décadas visaram satisfazer sobretudo a classe média brasileira - a mesma que fora o sustentáculo moral do governo militar em seus 20 anos.Com o Plano Real, em 1994, ocorreu a explosão das vendas de aparelhos de TV, agora com o controle remoto, ampliando largamente o consumo televisivo das classes D e E e pondo em crise um certo modelo de representação e exibição. Só em 1996, foram vendidos 8 milhões de televisores no Brasil.
A popularização dos programas foi inevitável, a fim de agradar a nova maioria estatística. As classes economicamente superiores, por seu lado, migraram para as TVs pagas, colocando-se num outro patamar de distinção social. E as emissoras abertas ficaram entregues ao "povo’’.

Assis Chateaubriand - O Polêmico Cidadão Kane Brasileiro


A história da imprensa brasileira pode ser dividida em duas fases: antes e depois de Assis Chateaubriand. Fundador dos Diários Associados, Chateaubriand construiu o maior conglomerado de empresas jornalísticas do País em pouco mais de duas décadas: 36 jornais, 19 tevês, 25 rádios, 18 revistas e duas agências de notícias.Francisco de Assis Chateau-briand Bandeira de Mello nasceu a 5 de outubro de 1892, em Umbuzeiro, na Paraíba, divisa com Pernambuco. Filho de Francisco Chateaubriand Bandeira de Melo e Carmem Chateaubriand Bandeira de Melo.Ingressou na Faculdade de Direito, em Recife, aos 15 anos de idade, num tempo em que já escrevia para o jornal "Pernambuco". Colaborando para vários jornais pernambucanos, inclusive assumindo posição de redator-chefe.Em 1917, abriu uma banca de advocacia no Rio de Janeiro. Mas encaminhou-se rapidamente para o jornalismo, escrevendo para o "Jornal do Comércio" e "Correio da Manhã", além do "Jornal do Brasil", onde foi chefe de redação. Como comentarista internacional, Chateaubriand visitou vários países da Europa, o que lhe possibilitou a publicação, em 1921, do livro "Alemanha". Neste mesmo ano, demitiu-se do "Jornal do Brasil" e do "Correio da Manhã", para se dedicar à aquisição da sua primeira publicação, "O Jornal", comprado por 5.800 contos de réis. Seis meses depois, em 1924, comprava o "Diário da Noite", em São Paulo. Os dois foram o embrião dos Diários Associados. Mais tarde, fundaria outras empresas e adquiriria mais tantas outras em várias partes do Brasil. A televisão veio em 1950: a TV Tupi, de São Paulo, primeira emissora de tevê da América Latina.Chatô ainda foi membro da Academia Brasileira de Letras e embaixador do Brasil na Inglaterra. Criou também o Museu de Arte de São Paulo (MASP), um dos mais importantes do mundo.Sua biografia mais famosa, o livro "Chatô - O Rei do Brasil", escrito pelo jornalista Fernando Morais e editado pela Companhia das Letras, narra em mais de 700 páginas a vida de um dos brasileiros mais influentes do século XX, que chegou a ser considerado o "Cidadão Kane brasileiro". Para o autor da biografia, a marca mais forte de Chatô foi a "imprevisibilidade, o que o torna fascinante".Chateaubriand morreu no dia 4 de abril de 1968, em São Paulo, depois de uma pertinaz doença a que ele resistiu por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a escrever seus artigos. E deixou exemplos que devem e que não devem ser seguidos. Sobre os bons exemplos temos dedicação e persistência ou coragem e ousadia; porém, outros exemplos devem ser evitados, como aqueles que afetam a ética. Chatô era assim: um homem paradoxal, mas que conseguiu, além de seus defeitos e qualidades, ser um empreendedor que trouxe resultados. Resultados esses que perduram até hoje como herança de um homem que resolveu agir e fazer acontecer.

O lado escuro da Globo


Antes da Globo, havia um império das comunicações no Brasil que envolvia vários jornais, emissoras de rádio e uma estação de TV. Estamos falando dos Diários Associados, fundado pelo jornalista Assis Chateaubriand, ou Chatô, como muitos o conheciam. Naquela época, Chatô detinha o poder da informação, e este poder era suficiente para que ele elegesse candidatos, mudasse a lei para ter a guarda da filha, conseguisse favores dos empresários, assumisse cargos de embaixador ou antecipasse eleições para se tornar Senador. E se ele tinha um desafeto, seus veículos de comunicação metralhavam a índole deste desafeto, deturpando os fatos ou descaradamente inventando mentiras.
Chateaubriando morreu, e seu Império sobreviveu a ele, mas sem a grandeza de outrora. Quem acabou assumindo esta lacuna de poder foram as organizações Globo, do jornalista Roberto Marinho. Roberto Marinho dirigia o jornal carioca O Globo desde 1931,e tinha uma posição política favorável ao Regime Militar. Em 1965, durante o primeiro governo militar, surge a TV Globo, com sua primeira emissora inaugurada no Rio de Janeiro. Segue-se a ela as emissoras de São Paulo e Belo Horizonte, em 1966, a de Recife, em 1971, e a de Brasília, em 1972. Em 1969 a Globo estabelece um padrão que é usado até hoje: o sistema de redes nacionais. Antes disso, as emissoras de Tv eram regionais, cada uma com sua programação e responsável pela produção das mesmas. Com o advento deste modelo, as emissoras espalhadas pelo território nacional apenas repetiam o sinal da emissora central, com apenas algumas inserções locais. Se por um lado isso barateava a produção, por outro se criou uma hegemonia centrada no eixo Rio - São Paulo. Seu principal veículo de informação é o Jornal Nacional, que iniciou a era das redes nacionais. Mas seu nome não se deriva desta característica, e sim de que o jornal era inicialmente patrocinado pelo extinto Banco Nacional, a exemplo do Repórter Esso, que era patrocinado pela empresa petrolífera.

A história da Tv Globo começa, de fato, em 1962, quando Roberto Marinho firma um acordo com o grupo americano Time-Life, ideologicamente alinhado com a direita republicana. Este acordo resultou na liberação de milhões de dólares para a criação da nova TV. Como a Constituição proibia participação de capital estrangeiro em empresas de comunicação , foi instaurada uma CPI na Câmara. Mas o relatório desta foi solenemente ignorado pelo governo militar. O que tudo indicava é que o governo constituído queria um veículo que lhe fosse mais servil. Assis Chateaubriand apoiou o Golpe de 64, mas em seguida fez duras críticas a Castelo Branco, e chegou a festejar com Champanhe a morte do General em um acidente de avião. Assis sempre foi volúvel com os poderosos, portanto não muito confiável. Provavelmente por isso se desejou minar o poder dos Diários Associados.
Aos poucos, a TV Globo se firmou como líder de audiência, e outros concorrentes simplesmente sumiram ao logo dos anos. Excelsior e Tupi cerraram suas portas. Seria irresponsabilidade minha afirmar que a TV Globo não foi vítima da censura, mas ela foi quem mais trabalhou a favor do Status Quo. Nestes anos, a TV Globo foi instrumento de manipulação da opinião pública, seja para beneficiar anunciantes, seja para passar uma imagem positiva do governo.

TV Globo e a Ditadura Militar


A Rede Globo teve seu início nos anos 60, na mesma época em que se firmava a ditadura militar no Brasil. Desde sempre preparada para ficar ao lado do poder, a empresa muda suas táticas à medida que mudam as condições políticas do País. Portanto, em 1965, quando foi criada, a Rede Globo utilizou de meios como programas de auditório e jornais televisivos para mostrar a imagem de um país tranqüilo e ordeiro. As novelas mostravam um povo alegre e feliz, preocupado apenas com desilusões amorosas e dramas familiares.
Em 1984, por exemplo, cometeu o erro de ignorar as grandes manifestações de rua, exigindo eleições diretas para presidente da República. Enquanto isso, o movimento popular crescia e a Globo se deu conta do enfraquecimento militar e então adotou a candidatura da oposição burguesa nas eleições indiretas disputadas no Colégio Eleitoral.
Em 1989, ocorreram as primeiras eleições diretas para presidente, e a Globo apoiou fortemente a imagem de Fernando Collor. No 2° turno continuou ajudando Collor, mostrando o lado negativo do candidato popular (Lula), que muito mais tarde viria a ajudá-lo.